Neste domingo, 5 de outubro, das 8h às 19h, os encontros estão marcados no centro histórico de Belém. O Circular Campina Cidade Velha realiza sua 58ª edição bimestral, ocupando um território de memória e pertencimento, com programação gratuita de tirar o fôlego.
Arte, cultura, gastronomia, música, oficinas e atividades formativas se espalham pelos bairros da Campina, Cidade Velha e Reduto. São quase 40 espaços parceiros, que abrem suas portas para transformar o cotidiano em um grande roteiro cultural. A realização do projeto é da Associação Circular, com patrocínio do Instituto Lojas Renner e patrocínio Master do Banco da Amazônia, por meio da Lei Rouanet de incentivo à cultura, MINC e Governo Federal.
“A maturidade da parceria com o Banco da Amazônia e a chegada do novo apoio, pelo Instituto Lojas Renner, fortalece o compromisso do Circular em manter e ampliar sua programação gratuita nos bairros históricos de Belém, garantindo que suas ações possam ser continuadas”, diz Adelaide Oliveria, coordenadora do Circular.
Este ano, além do reforço nas edições, o apoio do Instituto Lojas Renner também apoia a realização do Fórum Circular, no final do mês de outubro, e o lançamento da revista Circular, que pela primeira vez será imprensa, edição especial COP 30.
Desde 2013, o projeto conecta patrimônio, meio ambiente e cidadania por meio da arte e da criatividade, promovendo encontros que unem memória, identidade e experimentação. Nesta edição, os destaques incluem a exibição do documentário “Histórias da Campina”, em duas sessões matinais, às 9h30 e 10h30, no Instituto da Ciência da Arte – O ICA, em parceria com o Ateliê Jupati.
Também será realizado o Circuitinho Circular na COP 30, um circuito de educação patrimonial voltado ao público infantil, com atividades de educação patrimonial em formato lúdico. Nesta edição, em especial, a ação realiza a edição COP 30 – infância e Cultura na Amazônia. Concentração às 8h30 no Píer da Casa das 11 Janelas, de onde sairá o percurso caminhando com as crianças pela Rua Siqueira Mendes até a praças do Carmo. Esta edição dará continuidade a produção do manifesto em defesa do meio ambiente.

A música também tem lugar central
O grupo Raízes Latinas se apresenta pela manhã na Rua Carlos Gomes, a partir das 10h30, ao lado do Banco da Amazônia, e o encerramento será na Praça do Carmo, no fim da tarde, às 18h, com show de Félix Robatto. Ao longo do dia, diferentes palcos espalhados pelos bairros receberão apresentações que mesclam tradição e contemporaneidade.
A 58ª edição também acontece em um momento especial para a cidade: o Círio de Nazaré, que transforma Belém em espaço de fé e celebração coletiva, e a contagem regressiva para a COP30, quando a capital paraense receberá olhares do mundo inteiro.
Esse encontro entre tradição e futuro atravessa a programação do Circular, que se desdobra pelos bairros da Campina, Cidade Velha e Reduto, reunindo atividades culturais, gastronômicas e formativas em diálogo com a identidade local e os desafios globais.

O que rola nos bairros
Na Campina, o Circular reafirma a riqueza de um bairro marcado por encontros culturais e tradições que dialogam com a contemporaneidade. A programação reúne atividades que transitam entre gastronomia, artes visuais, música, espiritualidade e performances, reforçando o papel do espaço como coração pulsante do centro histórico de Belém.
O Ateliê Jupati abre as portas em parceria com o ICA-Ifpa com feirinha criativa de artesãos locais e aula de yoga, seguido da exibição do documentário “Histórias da Campina” em duas sessões pela manhã (9h30 e 10h30). Produzido pelo projeto Circular, com direção de Larissa Ribeiro, o filme resgata memórias e personagens do bairro. O espaço também promove um bate-papo sobre devoção a São Benedito, além de performances artísticas e a exibição do filme El baño del Papa.
Na Assembleia Paraense, a exposição fotográfica “É Círio sempre”, de Bob Menezes, apresenta 25 anos de registros da maior manifestação cultural da cidade. O público poderá acompanhar ainda o show de Luize Liz e degustar comidas e bebidas no local.
A programação musical se espalha por diferentes espaços. Na Casa Jambu Mineiro, o trio de Rafael Azevedo embala o almoço com jazz, música brasileira e guitarrada. O Hun Caboco recebe Delcley Machado e Sandra Duailibe em apresentações intimistas. Já a Fotoativa oferece uma vivência para crianças com oficina de tintas naturais, além de atividades de fotografia pinhole e visitação à mostra “Retratos da Ancestralidade”, sobre quilombos da região.
A diversidade de propostas inclui ainda a degustação de vinhos da Avintura Vinhos Finos, a programação artística da Kamara Kó Galeria com o encerramento da mostra Fototaxistas, o cardápio criativo da Casa Igá e as experiências gastronômicas do Purão Vegano e da Tapi-Óka, que também promove arrecadação de livros para fortalecer bibliotecas comunitárias.

Cidade Velha
Na Cidade Velha, o Circular reúne uma diversidade de espaços que reforçam o caráter múltiplo do projeto. Restaurantes tradicionais e novos empreendimentos culturais abrem suas portas, oferecendo desde experiências gastronômicas até exposições e atividades formativas.
Na Praça do Carmo, o Bar e Restaurante Nosso Recanto convida o público para um almoço sob as mangueiras, com comidas regionais e petiscos. Na mesma área, o Boteco do Carmo aposta na música ao vivo e mecânica para animar os frequentadores, enquanto a Casa das Icamiabas, ao lado da Igreja da Sé, combina culinária com uma lojinha de produtos regionais.
A agenda também valoriza espaços de memória e pesquisa. O Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP) abre suas portas para visitas monitoradas às exposições “Águas Turvas: Paisagens Insurgentes da Adesão de 1823” e à Galeria Imperial, além da oficina de colagem “Memórias em Recortes”. Já o Sistema Integrado de Museus e Memórias da Secult (SIMM) oferece roteiros por importantes patrimônios, como o Museu de Arte Sacra, o Museu do Círio, o Forte do Presépio e a Casa das Onze Janelas, que recebe exposições contemporâneas.
Entre os destaques artísticos, o Espaço Candeeiro inaugura sua cafeteria com cardápio inspirado em sabores do Norte e Nordeste, promove a 39ª edição do projeto Café com Artista e encerra a programação com roda de carimbó do grupo Tamaruteua, em homenagem ao Mestre Lourival Igarapé. O Espaço Cultural Gruta apresenta a exposição “Memórias Apagadas da Amazônia”, feira de ilustrações e aquarelas, além de artesanato e itens decorativos.
Outros pontos de encontro completam a programação, como o Centro Cultural do Bené, que celebra um ano do Coletivo Encantadas com feira criativa, almoço musical e tributo a Belchior; o Restaurante do Rubão, com comidinhas regionais; e o Espaço Gastronômico Pimenta na Cuia, que alia pratos amazônicos a um ambiente musical conduzido pelo DJ Moriel e convidados.
A Cidade Velha, berço da fundação de Belém, torna-se, assim, palco de um percurso que entrelaça memória, gastronomia, arte contemporânea e cultura popular, reafirmando o propósito do Circular de conectar patrimônio, cidadania e criatividade em diálogo direto com a vida urbana.
Reduto
No Reduto, a programação do Circular se concentra em espaços que revelam tanto a vitalidade da economia criativa quanto a força das tradições amazônicas. O bairro, conhecido por sua mistura de residências, comércios e iniciativas culturais, abre-se para experiências que unem ancestralidade, gastronomia, música e novos empreendimentos.
A Casa Ikeuara Amazônia propõe uma imersão nas vivências originárias. A agenda inclui conversas com lideranças indígenas sobre encantaria, pajelança, medicina da floresta e tradições dos povos Hyskariana, além de degustações da culinária indígena, como peixes, pirão, beijus e café preparados por Raquel Xypaya. O espaço também oferece grafismo corporal com jenipapo e produtos em sua loja, reafirmando o lugar da memória ancestral no cotidiano urbano.
Outro ponto de destaque é o Espaço Vem, que reúne mais de 50 marcas locais, com foco em cultura regional, moda, acessórios e itens de decoração. A programação musical inclui show de Ruan Lins, seguido pelo DJ Desacostumado, que encerra a tarde com uma fusão de brega e rock. A gastronomia ganha sabor especial com o lançamento da Maniçoba do Círio, assinada pela Mururé, além de lanches regionais e chopp autoral.
A Ingá – Produtos da Amazônia dedica o dia a degustações que destacam saberes e sabores locais: chocolates e cappuccinos pela manhã, drinks e pratos como o arroz paraense à tarde, além da oferta de insumos tradicionais do Círio, como tucupi, jambu e maniva.
Completando o circuito no bairro, espaços como o Antonieta Hostel, Café e Bistrô, o Bistrô Café Club, o Brechó Eurica e a Vila Prana reforçam o caráter acolhedor e plural do Reduto, oferecendo hospitalidade, moda sustentável, bem-estar e gastronomia em sintonia com o espírito do Circular.
Acesse a programação completa aqui no site:
Clique aqui: https://projetocircular.org/edicoes/1899/