Em sua quarta edição, o Fórum Circular reúne sociedade civil, gestores públicos e instituições de pesquisa em dois dias de debates na Casa da Linguagem, trazendo como tema Patrimônio, Clima e Sustentabilidade. A programação conta ainda com música ao vivo na Praça do Carmo, na noite de sexta-feira, 31, e uma ação infantil, no dia 1º de novembro, na Praça da República.
Depois de três edições que ajudaram a apontar caminhos para Belém na busca por uma relação mais sustentável para o desenvolvimento da cidade, o Fórum Circular está de volta.
Nos próximos dias 30 e 31 de outubro, a Casa da Linguagem recebe a edição 2025 do 4º Fórum Circular – Patrimônio, Sustentabilidade e Clima, trazendo a pauta das mudanças climáticas para o centro do debate.
O 4º Fórum Circular – Patrimônio, Clima e Sustentabilidade é realizado pela Associação Circular, com patrocínio master da Lojas Renner S.A., e apoio da UFPA – Fórum Landi, ICA – e do Governo do Estado, por meio da Fundação Cultural do Pará – Casa da Linguagem.
“A Lojas Renner S.A. é referência em sustentabilidade na moda e estará presente na programação oficial da COP30 em Belém. Nosso patrocínio ao Projeto Circular está em linha com o desejo de deixar um legado para a cidade, porta de entrada da Amazônia no Brasil e território fundamental de debate sobre soluções climáticas. Neste momento histórico, queremos contribuir com a ampliação das vozes, ideias e expressões culturais que nascem dessa região, potencializando os debates e a mobilização sociocultural”, afirma Regina Durante, vice presidente de Gente, Sustentabilidade e Relações Institucionais da Lojas Renner S.A.
Patrimônio, clima e sustentabilidade
Ao longo de dois dias, 30 e 31 de outubro e mais a ação do Circuitinho no dia 1º de novembro, serão discutidas formas de gestão e preservação do patrimônio urbano com a participação de representantes de instituições de pesquisa, órgãos governamentais, empresários e atores comunitários que vivem e pensam a cidade sob diferentes óticas. Assim como em suas edições anteriores, o Fórum resultará em um documento público que será apresentado à sociedade e autoridades.
Para a jornalista Adelaide Oliveira, membro da Equipe Gestora do Circular e coordenadora do 4º Fórum, os debates ganham ainda mais importância às vésperas da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém.
“O Fórum Circular sempre aprofundou as discussões sobre os problemas e os desafios do Centro Histórico de Belém. Não à toa, o Fórum sempre teve a palavra sustentabilidade no nome. Este ano, ela continua, mas a gente inclui a palavra clima. É um ano emblemático para a cidade e para o mundo inteiro, em que se aprofundam as discussões sobre as mudanças climáticas. E a gente precisava que o Fórum também abraçasse essa discussão que é tão importante. A gente fala do impacto nas cidades e, consequentemente, também sobre Centro Histórico e Patrimônio.”
Estão representadas instituições como a Universidade Federal do Pará, o Museu Emílio Goeldi, Prefeitura de Belém, Governo do Pará, além de entidades independentes de pesquisa e da iniciativa privada.
A pesquisadora Sue Costa, do Museu Goeldi, participará de uma mesa sobre o papel dos museus no enfrentamento desses desafios. Ela diz que estar em uma programação pública como o Fórum Circular se conecta com a missão do Goeldi de popularizar a ciência.
“Museus são espaços de transformação social, a partir dos diálogos gerados pelos patrimônios que eles detêm, portanto, trazer esse debate para a esfera pública, em conjunto com o Circular, além de orgânico, é uma oportunidade de fortalecer o debate”.
Desafios e caminhos
O problema central que conecta a programação de abertura e as sete mesas de debates do Fórum é a necessidade de compatibilizar o uso e apropriação do Centro Histórico de Belém com estratégias sustentáveis e inclusivas, que considerem impactos climáticos sobre o território e as práticas culturais. Isto tudo considerando questões como a degradação do patrimônio edificado e a gentrificação, assim como a falta de um planejamento urbano que considere tanto as demandas econômicas quanto sociais e ambientais.
As mesas trazem temáticas importantes para pensar a cidade, como o patrimônio como território e resistência, a partir da ação das periferias; as possibilidades que vêm sendo apontadas pela sociedade civil e empreendedores de Belém rumo a uma cultura de sustentabilidade e diversidade; o impacto das mudanças climáticas sobre as cidades amazônicas e ações contra violação de direitos; além do papel das iniciativas culturais frente à questão climática.
Outro ponto de reflexão premente no Fórum é sobre que tipo de turismo que queremos implantar, para garantir o equilíbrio entre oportunidades, desenvolvimento social justo e preservação ambiental. Uma conversa necessária especialmente quando Belém busca cada vez mais transformar suas riquezas culturais e ambientais em capital turístico e fonte de geração de renda.
Um olhar sobre o cinema
A 4ª edição do Fórum Circular ainda inclui um olhar para o cinema amazônico como ferramenta de imaginação política e ação cultural diante da crise climática. A programação traz uma mostra de filmes, com curadoria e mediação da jornalista e documentarista Luciana Medeiros, que será seguida de conversas com convidados ligados à produção dos filmes, como “Boiuna”, curta-metragem de Adriana de Faria, coproduzido pela Marahu Filmes, cuja narrativa traça um diálogo com a mitologia ancestral amazônica.
E ainda Tuire Kaiapó – O gesto do Facão, do Coletivo Beture, que traz o relato da guerreira sobre o lendário facão que mudou a história na mobilização contra a Eletronorte, em Altamira (PA), no ano de 1989.
Outro filme premiado é Cozinhando No Calor de Belém Antes Da Chuva, Auda Piani, sobre o protagonismo de mulheres que preservam saberes culinários ancestrais em Belém e nas ilhas de Caratateua, Combu e Cotijuba. A mostra encerra com Histórias da Campina, de Larissa Ribeiro, diretora convidada da produção do Circular, premiada com edital da LPG Belém.
Fórum Circular
Com uma programação totalmente aberta ao público em geral, o evento surge como continuidade e aprofundamento das discussões sobre a relação entre cidade, patrimônio e sustentabilidade, focando especialmente no Centro Histórico de Belém.
Além das conversas e de feira criativa na Casa da Linguagem, o fórum se estende até a Praça do Carmo, onde o Palco Renner receberá a DJ Jack Sainha e a Roda de Lambada com o Lambada Social Club. No dia 1º ainda sob o clima do Fórum, o Circular também realiza uma edição especial do Circuitinho, na Praça da República.
Criado em 2018, o evento objetiva promover o compartilhamento de experiências, reflexões e elaboração de proposições participativas voltadas para a valorização, requalificação e potencialização de usos e possibilidades do Centro Histórico de Belém e imediações. Já foram realizadas três edições do Fórum Circular, sendo duas presenciais e uma virtual, que promoveram articulações dialógicas entre comunidade e as esferas municipal e federal de atuação política.
Acesse a programação completa: Aqui
Serviço
4º Fórum Circular – Patrimônio, Sustentabilidade e Clima. Dias 30 e 31 de outubro; e 1o de novembro. Local: Casa da Linguagem (Av. Nazaré, 31 – Nazaré) e Praça do Carmo (R. Siqueira Mendes, s/n – Cidade Velha). Programação é gratuita. Realização: Associação Circular, com patrocínio das Lojas Renner e apoio da UFPA – Fórum Landi, ICA e Mercedários UFPA, e Governo do Estado por meio da Fundação Cultural do Pará e Casa da Linguagem.
Ficha Técnica
Coordenação e curadoria
Adelaide Oliveira
Produção Executiva
Railídia Carvalho
Consultoria
Maria Goretti Tavares
Makiko Akao
Produção
Fabize Muinhos
Nielson Bargas
Luci Azevedo
Comunicação
Luciana Medeiros – Coordenação
Aline Monteiro – Assessoria de Imprensa
Vagner Mendes – Redes Sociais
Gabriel Moura – assistente de comunicação
Ariane Almeida – Fotografia