A websérie “Ô Mundica” é uma das atrações da 35ª edição do Circular Campina Cidade Velha, cujo link de estreia está programado para cair nos feeds de Facebook e Instagram do projeto, às 11h30. A programação, que traz vários outros conteúdos, vai começar às 8h e segue até 21h, não percam.
“É fascinante acompanhar o desdobrar da narrativa. De uma forma muito própria Ô Mundica! adentra essa Amazônia urbana e florestal, encantada e mal-tratada. É uma honra pra mim agora poder tecer com eles essa história”
De outubro de 2020 para cá foram lançados na internet 16 capítulos da saga, contabilizando mais de 1 hora e meia de material. No início, a ideia era fazer uma peça de teatro, mas com a pandemia e o isolamento social, Mateus Moura propôs aos atores Sandra Perlim, Andrea Rocha e Maurício Franco, que o projeto se tornasse audiovisual, trazendo uma linguagem mais doméstica, uma espécie de prólogo à peça. Também participam da feitura da novela a artista visual Gabriela Maurity, que concebeu a abertura, e, mais recentemente, o atuante Rafael Couto, que hoje vive em Florianópolis.
“Eles toparam e a gente passou a se encontrar virtualmente uma vez por semana.
Nesses encontros passamos a desenvolver personagens e argumentos para experimentações de cinema no seguinte formato: os atuantes gravavam seus próprios vídeos e me enviavam. Eu montava e depois todos lapidavam juntos a criação final”, diz Mateus Moura, diretor.
A “web-novela” Ô Mundica é uma experiência cinematográfica criada para públicos de smartphone, espécie de “narrativa de folhetim” digital. Ou, como eles mesmos intitularam, uma “novela de bolso”. A inspiração veio de outras produções suas como “Matou o Cinema e foi à Família”, “Teatro da Fragilidade”, além do coletivo Produtores Criativos e a Filha da Rosa.
E qual a trama, o que narra? “A princípio, narra as aventuras de Flor (Sandra Perlin) e Vento (Maurício Franco) em busca de sua amiga Munda (Andrea Rocha) que sumiu no mundo, que desapareceu sem deixar rastros. Nessa busca, os dois vão fabulando sobre a ausente e revelando histórias de si e do mundo que os cerca”, nos conta Andrea, a protagonista da série, apelidada carinhosamente pelo grupo de “Charmosa”.
Eles dizem que não foi difícil e logo apareceram diversos temas e enredos, já que os participantes já existia uma relação de admiração artística antiga, e esse trabalho é a justa materialização em obra desse sentimento recíproco. A marginalidade, a encantaria, a oralidade, o cuidado, a amizade, os jogos de poder, o prosaico, o contexto social amazônico, as construções de sacralidade, os abusos do patriarcado são temas que interessavam desde sempre a todos e que, naturalmente, atravessam o enredo de “Ô Mundica!” dentro de um “realismo fantástico”.
“É cada dia mais comum que artistas não conseguem muito bem definir a que segmento especificamente possuem, porque é da necessidade dos próprios o ímpeto de experimentar, de ir em direção ao que não se sabe, ao risco. O contexto escancarou ainda mais a necessidade de sermos “camaleônicos”, para sobreviver e para simplesmente honrar a mais antiga das tradições: “contar histórias”, diz Maurício Franco, atuante que interpreta o Vento.
“Ô Mundica!”, como todo projeto artístico, tem também sua ressonância terapêutica na vida dos integrantes. “Nesses tempos, tão difíceis, foi uma forma de existir artisticamente. Nosso fôlego de resistência. Nosso aceno solidário. Nossa vontade de comunhão”, comenta Sandra Perlin, que interpreta Flor e Púrpura. “Mas nem tudo são flores”, ela mesma acrescenta, “nos dedicamos muito para fazer acontecer a novela; escrevemos, atuamos, filmamos, postamos, e a novela tem sido um retumbante fracasso de público. Nos perguntamos: por quê?”, complementa.
E é pensando em novas estratégias de chegar nesse público que “Ô Mundica!” está discutindo novos formatos de apresentação. “Se a novela não colou, vamos virar série. Bora ver se assim nos levam a sério!”, brinca a atriz.
E hoje, somando à programação do Circular On-line, esse grupo convida os maratonistas de plantão a assistir toda a 1ª Temporada, que será disponibilizada no Youtube, com link direto da página de facebook do Circular Campina Cidade Velha, às . São 10 capítulos que contam o início da saga sem fim. Munda desaparece e Flor sai em sua procuração. O Vento, de passagem, surge, mas é capturado por Púrpura (a outra que mora na Flor). Flor e Púrpura contam antigas histórias de sua relação com Munda. No fim, o Vento é libertado e uma nova temporada se anuncia.
“É fascinante acompanhar o desdobrar da narrativa. De uma forma muito própria Ô Mundica! adentra essa Amazônia urbana e florestal, encantada e mal-tratada. É uma honra pra mim agora poder tecer com eles essa história”, diz Rafael Couto, recém-chegado ao grupo, que interpretará Benivaldo, o amor da vida de Mundica, que tinha o hábito de se jogar do trapiche do Seu Deco na Vila da Barca para atravessar para sua casa. Um dia, Benivaldo foi pro fundo e hoje surge à superfície como encantado apenas uma vez por ano, tentando relembrar sua história mortal. São muitos causos, altas aventuras, vidas comuns, potocas, pavulagens. Dá uma sacada…
PROGRAMAÇÃO – HORÁRIOS
8h30 – Aula Sukshma Vyayama Yoga – Tunga Vidya
9h00 às 17h00 – Visita Presencial – Espaços Abertos no bairro da Cidade Velha
– Seguindo os protocolos de saúde contra a Covid-19
Espaço Vem – Loja Autoral
Trav. Pedro Albuquerque, 300
Atelier do Zoca – Mostra “Álbum de Retratos”
Rua Dr. Rodrigues dos Santos, 181
Espaço Candeeiro – Exposição Entre Processos
Rua Cametá, 175
Bar do Rubão – Comidinhas
Trav. Gurupá, 312
9h00 – Contação de história
Coração de Barro – Cléber Cajun
Nossos cantos são cantos da casa da Ojú – Lucas Alberto –
A Missão de Seu Pequeno – Mestre Saci
10h00 – Fotoativa – Live “Processos Criativos – desafios e resultados”
Isis Petit – Ilustradora
Francy Botelho – Quadrinista
Leno Sanches. Escultor
11h00 – Vídeo 1ª Etapa – Encantarias de São Benedito (Bragança-Pa)
11h30 – 1ª Temporada de “Ô Mundica, a Novela sem fim” – Mateus Moura
12h00 – Apresentando Casa IGA
12h30 – Toró Gastronomia – Receita
13h00 – Exposição Virtual Teatro Paraense 80/90: Fotografia de Miguel Chikaoka – Kamara Kó Galeria
14h00 – Doc Projeto Iluminação (Colares-Pa) – Atelier Jupati
14h30 – Vídeos do experimento Telavista – Drika Chagas
15h30 – Documentários
A Vaca Velha – Encontro de Bois de Máscaras (São Caetano de Odivelas) – Dir. Ângela Gomes
Quando Igarapé-Açu pulava carnaval – Dir. Edson Coelho / Moeda Verde (Igarapé-Açu – Pa)
16h00 – Clipe Fashion – Comitê Arte Pela Vida – 25 Anos
16h30 – AmaZonas de Nós – Casarão do Boneco
VídeoPerfoemance
17h00 – Live Memória e Patrimônio: A Belle Époque e o Cinema Olympia em Belém do Pará – Roteiros Geo-Turístico
Participação:
Profa. Dra. Maria Goretti Tavares – Geografia-UFPA
Profa. Dra. Maria Luzia Miranda Álvares, Ciência Política/UFPA
Prof. Ms. Marco Antônio Moreira Carvalho, Crítico de Cinema
18h30 – Live Circuito da Arte em Mídias Alternativas – Espaço Candeeiro
Criação e utilização de mídias alternativas na história das páginas do Cultura Pará e Holofote Virtual – Desafios e parcerias estabelecidas para a dinamização de seus conteúdos.
Participação:
Vasco Cavalcante – Poeta e Designer
Luciana Medeiros – Jornalista e Produtora Cultural
Heldilene Reale – Fotógrafo
Natan Garcia – Artista Visual
19h30 – Cançãozinha – Clipe Nazaré Pereira
20h00 – Gaiola Passageiro – Clipe Cincinato Jr.
20h30 – Realeza do Guamá – Arraial do Pavulagem
Serviço
A realização do projeto Circular Campina Cidade Velha é do Ministério do Turismo, Associação Amigos de Belém e Circular, com patrocínio do Banco da Amazônia, via Lei Rouanet. Sigam pelo @circularcampinacidadevelha, no Instagram e https://www.facebook.com/ocircular.