Conhecida por ser a primeira mulher a publicar uma coletânea de poemas eróticos no Brasil, “Magma”, lançado em 1982, Olga Savary foi muito mais. Desenvolveu uma produção como poeta, contista, romancista, jornalista e tradutora e nos deixou um legado artístico que será lembrado nesta 31ª edição do Projeto Circular, neste domingo, 7 de junho, durante a programação virtual nas redes sociais do projeto @ocircular e @circularcampinacidadevelha.
“A literatura é uma dama exigente, não dá descanso. Ou você entrega a ela toda sua energia ou ela lhe vira as costas”, dizia a poeta”.
“A literatura é uma dama exigente, não dá descanso. Ou você entrega a ela toda sua energia ou ela lhe vira as costas”, dizia a poeta. E Olga se entregou e era reconhecida e cultuada. Muitos dos seus livros mereceram prêmios, inclusive o Jabuti, o maior da nossa literatura, concedido pela Câmara Brasileia do Livro, que recebeu por duas vezes, (1994, pela tradução de “Como Água para Chocolate”, e, em 1971, por Espelho Provisório).
Em Belém, um grupo de amantes da obra da artista realizaram uma homenagem a Olga lendo algumas de suas poesias nas redes sociais. “Há vários motivos para homenagear Olga Savary, o principal é a qualidade do trabalho literário e a contribuição para a poesia”, explica Andrea Sanjad, integrante do grupo. O vídeo, que reúne a todos com leituras de poemas e da própria Olga, foi montado em parceria com o Circular.
Além disso, a poeta, que foi musa de outros grandes escritores, como Drummond de Andrade, também ganhou um vídeo poema para “Desligada”, criado por Afonso Gallindo que, em quarentena, desenvolve um projeto voltado para a memória “não somente a minha, mas a que partilho de todos”, explica.
A homenagem a Olga Savary é o primeiro trabalho do projeto. “Apesar de residir no Rio de Janeiro, a oralidade e história daqui nunca saiu de sua essência, da obra escrita por ela”. Ele também realizou um outro vídeo em homenagem a Eneida de Moraes, com um trecho de sua obra “Banho de Cheiro”.
Eneida também recebe nossas homenagens com a exibição do curta metragem “Promessa em Azul e Branco”, de Zienhe Castro, inspirado no conto de Eneida de Moraes que também pode ser visto na mostra “Égua do Filme!”, do festival Amazônia Doc.
Cláudio Cardoso
Além de Olga, Nilza Maria, Rubão (Rubens Gomes) e Ana Lobato, que também recebem homenagens nesta edição, o mês de maio nos levou Cláudio Cardoso, outra personalidade da nossa literatura, hoje brilhando no céu. Foi o poeta e escritor cordelista, criador e incentivador da Academia de Literatura Cordelista Paraense e do Encontro de Cordelistas da Amazônia.
“Deixou uma lacuna grande na área da literatura, principalmente do cordel. Participava e nossos encontros, era um exímio declamador. Falar dele é falar desse artista”, nos conta o poeta Juraci Siqueira, que era amigo de Cláudio há 40 anos.
Cláudio Cardoso de Andrade Costa nasceu em Belém. Poeta, escritor e compositor, publicou seu primeiro livro de forma artesanal, aproveitando suas habilidades de artista gráfico. Incentivou outros escritores a buscarem iniciativas mais independentes para divulgar suas obras.
O autor, em vida, participou nas antologias “Poesias reunidas pelos mortais da vida”, organizada pelo Clube do Escritor Paraense, “Poesia do Brasil” – Volume 6 e “Poeta, Mostra a tua Cara”, volume 5, publicadas pelo Congresso Brasileiro de Poesia. Publicou “Simbiose” (poemas e pensamentos), “Filha do Oriente”, e “Sina Nordestina”.
Dentro de sua trajetória, se envolveu com a literatura de cordel, como escritor e declamador, chegando a publica diversos livretos dos mais variados assuntos, sempre primando pelo humor e pela crítica social.
NOSSA PROGRAMAÇÃO – ACESSE
Domingo, 7 de junho
11h10 – Homenagem a Cláudio Cardoso
11h15 – Promessa em Azul e Branco
17h25 – Olga Savary – vídeo com leitura de poemas
17h40 – Vídeo poema: Desligada
17h45 – Vídeo poema: Banho de Cheiro
Confira tudo que vai rolar na 31ª edição: ttps://bit.ly/Circular31
Atualizado: 7 de jun. de 2021