O 2º Fórum Circular: patrimônio, cidadania e sustentabilidade iniciou na quinta-feira (21) à noite, com uma cerimônia que reuniu cerca de 150 pessoas na Igreja de Santo Alexandre, no bairro da Cidade Velha.
“O Circular é um espaço de resistência. Um projeto necessário para a cidade. Um espaço de descoberta capaz de devolver o centro histórico para a população e de construção colaborativa de ações voltadas para a economia criativa”
“O Circular é um espaço de resistência. Um projeto necessário para a cidade. Um espaço de descoberta capaz de devolver o centro histórico para a população e de construção colaborativa de ações voltadas para a economia criativa”, resumiu Armando Sobral, diretor do Sistema Integrado de Museus (SIM), que ainda complementou que a instituição se encontra-se organicamente conectado ao Circular.
“O SIM faz parte, ele integra, acho que ele é até mais acolhido do que acolhe. Ele é coparticipe de todo esse processo então, nesse sentido, a gente se encontra duplamente representado como sociedade civil e como instituição pública. Nós só temos a agradecer essa energia e esse esforço de todos esses atores: agentes culturais, artistas, empreendedores que ao longo desses anos construíram, constroem, esse projeto magnífico que é o Circular. Espero que ele prospere e o Sistema Integrado de Museus sempre vai estar com as portas abertas para potencializar esse projeto”, conclui.
A segunda edição do Fórum acontece depois de uma consulta dos parceiros, moradores e instituições ligadas ao patrimônio, surgidas ao longo do ano e também a partir do trabalho desenvolvido para a realização do primeiro fórum, em 2018. “Este Fórum foi construído a partir de nossa experiência anterior como um lugar para pensar refletir sobre patrimônio histórico em benefício da cidade e de sua população”, afirmou Maria Dorotéa de Lima, coordenadora do Circular.
Presente na mesa de abertura, a secretária Estadual de Cultura, Úrsula Vidal, falou sobre a dificuldades de dialogar com o governo federal e que o Projeto Circular é um espaço de resistência e que acredita a solução dos problemas da cidade devem ser soluções criativas e com capacidade de realizar em cooperação.
Precisa muito de assertividade no uso dos recursos públicos. A gente acredita que a experiência do Circular e este espaço de discussão que é o Fórum é uma seta de um caminho onde queremos chegar”, afirmou.
Tamara Saré, da coordenação do Projeto, falou das ações já realizadas, conquistas e perspectivas para o futuro, na palestra “Atuação e perspectivas do Projeto Circular no período 2018-2019”. Destacou a produção do Mapa do Circular, na 28ª. Edição, o aumento do número de parceiros envolvidos no projeto que eram 32 em dezembro de 2017 e hoje já são 52.
Destacou também o patrocínio para a realização das atividades hoje sob a responsabilidade do Banco da Amazônia, Alubar e Fundo Social Casa, estes dois últimos integrados em 2019, sob a chancela da Lei Rouanet. Apoios fundamental para a realização de 09 edições do Circular, mais 03 edições da revista digital, a construção do mapa mental. E ainda a constituição do Conselho Consultivo, uma representatividade ampla de pessoas voltadas pra área do patrimônio.
No Fórum foi criado um grupo de trabalho de ações emergenciais, que tem buscado pautar ações para prefeitura e governo do Estado para o Centro Histórico com soluções simples e viáveis. Além da realização de 08 oficinas educativas e a construção do Mapa do Afeto da Cidade Velha, a ser lançado ainda este ano e com perspectiva de versões para os bairros da Campina e Reduto em 2020.
Tamara Saré ainda destacou o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do IPHAN e falou das metas do projeto em 2018, como a comunicação mais direta com os moradores e atores sociais do Centro Histórico; fomentar formação de plateia identificada com o ambiente cultural e patrimonial dos bairros do Centro Histórico e, ainda, influenciar em políticas públicas.
“Este influenciar políticas públicas passamos a dar mais ênfase, em 2019, tentando de fato colaborar com isso e juntar as forças da sociedade civil com a gestão pública esse tem sido o grande desafio e o fórum é o momento que a gente concretiza um pouco esse relacionamento”, afirmou.
Tamara ainda finalizou destacando a importância do projeto em destacar parte do centro histórico, mas principalmente as pessoas que vivem o local. “O Circular tem se preocupado em tirar da invisibilidade locais e pedaços dele, porque a gente entendeu nesse tempo que a Cidade Velha é mais do que o patrimônio, dos prédios antigos. Ela não é só isso. Ela tem parte ribeirinho, pessoas que atuam no mercado. O Porto do Sal tem uma importância histórica importante. E a gente tem procurado tratar com um certo equilíbrio essas partes todas que fazem parte da cidade velha”.
Em seguida, a coordenadora de Comunicação do Projeto, Luciana Medeiros, apresentou a revista digital. Publicação iniciada em 2016 para dar publicidade ao projeto, mas também que pudesse produzir conhecimento, compartilhar informações sobre o Centro Histórico, dando visibilidade ao que acontece na região.
“Trabalhamos enfatizando temas que trazem a questão de memória e patrimônio. A ideia de criar a revista em 2016 veio da necessidade também de produzir conhecimento e dar maior visibilidade ao que acontece e o que o centro histórico oferece de histórias e também problemáticas”, disse.
Em seguida lançou um convite ao público presente. “Estamos chegando a 7ª. edição com um desafio. Nunca demos um nome para a revista que sempre foi chamada de Revista Digital do Circular. Por isso, neste fórum eu gostaria de ter a participação dos participantes para escolher um nome pra”, anunciou. Uma urna foi instalada na entrada da Igreja de Santo Alexandre e a edição de dezembro já será lançada com o nome escolhido.
A jornalista ainda anunciou outra novidade para a revista. “Estamos abrindo para a submissão de artigos, que sempre estiveram na publicação sob convite da editoria. Agora queremos tornar isso mais público e já vamos receber para esta edição vamos selecionar dois para esta edição. Na semana que vem vamos anunciar isso em nossos canais de comunicação”, afirmou.
Após a cerimônia, o público foi convidado à Galeria Fidan’za, para a inauguração da exposição A Pele que Habito, dos fotógrafos Otávio Henriques, Cláudio Ferreira e Ursula Bahia. A mostra traz um recorte de afeto e memória do bairro da Cidade Velha e ficará aberta ao público até dia 20 de dezembro, com visitação de terça a sexta, das 9h às 17h e aos sábados e domingo, das 9h às 13h.
Para a realização deste evento, o projeto Circular conta com patrocínio do Banco da Amazônia, Alubar e Fundo Casa, por meio da Lei Rouanet, e apoio de Milton Kanashiro, IOEPA – Imprensa Oficial do Estado -, Maxcolor, IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico Nacional – PA, Fórum Landi – UFPA, Sol Informática, Sesc, AMPEP, Centro Cultural da Justiça Eleitoral, Sistema Integrado de Museus – SIM – por meio da Secult – Governo do Estado e Co-Produção da Cultura – Rede de Comunicação. A realização é do Projeto Circular e Associação Amigos de Belém, Secretaria Especial de Cultura – Ministério da Cidadania – Governo Federal.